sábado, 17 de janeiro de 2009

Muito prazer!


Sua presença me conforta, seu cheiro me excita. Quanto maior ele for, mais prazer me proporcionará. De noite ou de dia, na cama, no sofá, no banheiro, no ônibus - toda hora é hora, e qualquer lugar é válido. Quando eu não o tenho ao meu alcance, fico desnorteada, roendo unhas, tentando antecipar a próxima vez.

Já cheguei atrasada no trabalho por sua causa. Já fui privada de incontáveis noites de sono. Todavia, cada experiência é única e inigualável, e vale todo o esforço.

Mesmo que eu tente negar, tornou-se uma compulsão. Sim, é uma compulsão. Sou compulsiva.

Sou uma leitora quase que fescenina: não sou fiel a nenhum autor, muitos me agradam. Promovo verdadeiros bacanais literários, lendo, ao mesmo tempo, autores completamente diferentes, misturando o tradicional e o heterodoxo, o conservador e o politicamente incorreto.

Nas últimas três semanas estive envolvida com José Saramago, Geraldine Brooks e Aldous Huxley. O que eles têm em comum? Apenas o fato de me envolverem completamente com suas narrativas.

Não posso ficar sem um livro ao alcance de minhas mãos e meus olhos. Tenho crise de abstinência, tal qual um viciado na falta de seu entorpecente. É como se faltasse um pedaço de mim. É como se o livro fizesse parte de um elixir, cuja função principal fosse tornar minha vida menos enfadonha e deixá-la mais emocionante. Preciso saber que ele está ali, bem perto de mim, aguardando que eu me abandone em meio às suas páginas...

Sempre fui assim. Arrisco-me a afirmar que desde criança tenho este comportamento de traça. Esta história daria até um livro e, parafraseando Markus Zusak, poderia se chamar "A menina que devorava livros".

No momento estou divida entre John Grogan e Mario Vargas Llosa: o novo e o antigo fazendo parte de meu presente. Entrego-me aos dois, como uma amante passiva, em busca de novas aventuras em mundos distantes e desconhecidos...



Por Fulana Id

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